Homem que estuprou irmãs inventava que ia ao médico para faltar no trabalho e cometer crimes, diz polícia

Imagem divulgada pela polícia de estuprar 2 adolescentes e agredir bebê em MS — Foto: DEPCA/Divulgação

Imagem divulgada pela polícia de estuprar 2 adolescentes e agredir bebê em MS — Foto: DEPCA/Divulgação

O homem suspeito de estuprar duas irmãs, de 13 e 16 anos, além de agredir um bebê – irmão das adolescentes – contou que inventava consultas médicas para faltar no trabalho e cometer crimes. Ele permanece preso em uma cela da Delegacia Especializada em Repressão à Roubos e Furtos (Derf), enquanto a polícia deve ouvir possíveis novas vítimas, nesta quarta-feira (18), conforme afirmou ao G1 a delegada Anne Karine Trevisan, responsável pelas investigações.

“Ele prestou depoimento e alegou que estuprou sim a mais velha. Já a mais nova ele diz que não a abusou sexualmente e nem mandou filmar. No entanto, nestes casos, o depoimento das vítimas têm muita importância.

O suposto vídeo estaria no celular mas, no dia dos fatos, ele contou que deixou em um matagal antes de ir para o Instituto Penal e, no outro dia, pegaria quando sairia para almoçar com a família. Só que ele foi direto para a Vila Nhá Nhá e disse que trocou por droga”, explicou a delegada.

No caso do bebê, o homem negou as agressões. No entanto, a perícia apontou lesões na vítima. “Nós achamos objetos das vítimas na casa dele e ele nem questionou, se mostrando frio e indiferente.

Agora, nós estamos investigando outros estupros relacionados a ele desde fevereiro, quando passou para o regime semiaberto. Desde então, apuramos que não havia controle no trabalho dele e o homem então inventava para os patrões que ia ao médico.

No dia do estupros da meninas, inclusive ele disse que tinha ido até uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento]”, contou Trevisan.

Na próxima semana, ainda conforme a delegada, deve ocorrer um novo interrogatório com o suspeito. “Vamos complementar e também verificar o que outras prováveis vítimas vão dizer sobre ele. Muitas delas estão com medo”, finalizou a delegada.

Suspeito foi preso enquanto caminhava em bairro de Campo Grande

José Maria Rodrigues Pereira, de 41 anos, apelidado de “Faustão”, teve o mandado de prisão decretado neste mês de setembro. Ele foi flagrado enquanto caminhava no dia 13, no bairro Santo Eugênio, região sul de Campo Grande. Na ocasião, guardas municipais tiraram uma foto dele, houve o reconhecimento e o confirmaram como sendo um foragido da Justiça.

Na ocasião, os guardas municipais disseram que o homem falou dos crimes na viatura, ressaltando que “foi um momento de bobeira”. Para eles, o suspeito demonstrou frieza e ainda tentou se passar pelo irmão, falando que estava indo trabalhar em uma carvoaria. Ele não portava nenhum documento.

Esposa do suspeito disse que sabia de crimes hediondos, mas, “quis ajudar”

A técnica de enfermagem, de 54 anos, que há 5 convivia com o homem suspeito de estupros, em Campo Grande, prestou depoimento e alegou que “sabia de crimes hediondos cometidos por ele no passado”. No entanto, a mulher disse não imaginar que ele ainda estaria cometendo infrações.

“Ela falou que sabia que ele ficou 8 anos preso, em regime fechado, por crimes hediondos. Esse é o termo que foi usado por ela no depoimento. A mulher ainda disse: eu quis ajudar”, afirmou na ocasião a delegada.

Ainda conforme o depoimento da técnica de enfermagem, ela e o suspeito se conheceram no presídio e mantiveram contato por rede social. Além dela, os policiais também estiveram na casa da mãe do suspeito. No local, a idosa informou não ter informações do paradeiro dele.

Entenda o caso

O caso ocorreu no dia 5 de setembro. Segundo à polícia, o suspeito esperou a mãe das adolescentes e do bebê sair de casa para pular o muro e invadir o imóvel. Logo após trancar o portão, uma das meninas foi abordada por Pereira, já dentro da cozinha da residência.

Conforme Anne Karine, o homem invadiu a casa, rendeu as vítimas e em meio aos abusos e ameaças ainda comeu bolo e bebeu leite, espalhando suas digitais por toda a casa. Somente depois é que ele encontrou uma caixa de luvas cirúrgicas, da mãe das vítimas, que é técnica de enfermagem.

Depois de cometer o crime, à polícia diz que o homem deixou uma das adolescentes amarradas, roubou alguns objetos da casa, jogou a chave dentro do imóvel e mandou que elas contassem até 200. Aterrorizadas, as vítimas obedeceram. Contaram, depois se soltaram e conseguiram pedir ajuda.

Pereira possuía condenação pelos crimes de furto, roubo e estupro, no ano de 1998.Agora, ele deve responder pelos crimes de lesão corporal dolosa, estupro, roubo qualificado e também pelo artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é o ato de filmar cenas de sexo envolvendo criança ou adolescente. G1

“Ele usava facas para ameaçá-las, usou a corda de uma rede para amarrá-las, as agrediu fisicamente, estuprou a mais velha e obrigou a mais nova a filmar. Depois praticou atos libidinosos com a mais nova [o que caracteriza o estupro de vulnerável]. Ele também deu um tapa no rosto do bebê de 1 ano que estava chorando. Usou de bastante violência, esse é o modus operandi dele, os estupros que ele já responde têm essa característica na forma dele atuar”, ressaltou na ocasião a delegada.

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