
Mulher abastece o carro
Desde que foram promulgadas as reduções tributárias sobre os preços dos combustíveis, o valor de revenda em Mato Grosso do Sul já caiu em média 25%, nos casos de gasolina e etanol, e quase 7%, no caso do gás natural veicular (GNV).
Mesmo assim, abastecer com etanol em vez de com gasolina segue não sendo opção no Estado.
Conforme a pesquisa semanal de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que voltou a ser divulgada após mais de 15 dias fora do ar, houve redução dos preços em pouco menos de quatro meses.
Gasolina e etanol, com quedas de 25,36% e 24,31%, respectivamente, na comparação dos preços médios de maio deste ano com a semana do dia 14 ao dia 20 de agosto, lideram as maiores baixas.
Dados da pesquisa apontam que o biocombustível saiu de R$ 5,51, em maio, para R$ 4,17, em agosto, em Mato Grosso do Sul. Já o combustível fóssil saiu de R$ 6,94 para custar, em média, R$ 5,18, no mesmo período.
Na contramão das quedas, o diesel segue com variação positiva no Estado e em todo mercado nacional, também conforme a ANP.
PARIDADE
As principais mudanças no preço do etanol foram as duas reduções do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) feitas pelo governo do Estado.
A primeira de redução do imposto foi feita de acordo com a Lei Complementar 194, sancionada pela Presidência da República, que diminuiu a alíquota de 20% para 17%, e a segunda, para manter a competitividade do biocombustível com a gasolina, quando o tributo estadual sobre o etanol foi reduzido para 11,7%.
Mesmo com as medidas, ainda não compensa para o condutor trocar a gasolina pelo álcool. Isso porque, para que seja vantajoso, o biocombustível precisa custar até 70% do preço da gasolina.
Para saber se compensa trocar a gasolina pelo álcool, é necessário fazer um cálculo que leva em consideração o rendimento de cada combustível. O consumidor deve dividir o valor do litro de etanol pelo valor do litro da gasolina. Se der até 0,70, o álcool compensa mais.
Atualmente, utilizando como base os preços médios de R$ 4,17 para o etanol e R$ 5,18 para a gasolina, essa razão fica em 0,80 em Mato Grosso do Sul, ou seja, não compensa a substituição. Para que seja interessante a troca, o etanol deveria ficar abaixo de R$ 3,62 por litro.
Conforme o governador Reinaldo Azambuja, o preço do etanol deve cair um pouco mais na próxima semana, mas, mesmo assim, a redução não será capaz de fazer valer a taxa de compensação.
“Para o álcool, tem uma ação para aumentar a competitividade dos postos e [que] deve diminuir em R$ 0,11 o preço nas bombas. Vai chegar para o consumidor”, afirma.
No caso do etanol, o mestre em Economia Eugênio Pavão comenta que o preço não é controlado pela Petrobras, mas, sim, pelo setor privado. “Seu preço depende fortemente de oferta e demanda do mercado [safra e entressafra]. Para não perder lucros, o setor se adapta aos preços dos combustíveis em geral”, explica.