
Mostrando os dentes, onça-pintada dá sinal que não gostou da presença do fotógrafo perto do recinto (Foto: Saul Scharmm)
Foi confirmado neste segunda-feira (12) o resultado final do laudo necroscópico sobre a morte de Jorge Ávalo, de 60 anos, atacado por uma onça-pintada em um pesqueiro no Pantanal sul-mato-grossense. Conforme o delegado Luis Fernando Mesquita, responsável pelo caso, o documento atesta que a morte foi causada por choque neurogênico agudo, provocado por ferimentos perfurocontundentes na cabeça e na coluna cervical, compatíveis com o ataque de um animal carnívoro de grande porte — no caso, uma onça-pintada.
“O ataque ocorreu predominantemente na parte superior do corpo, e o impacto maior foi na região da cabeça e do pescoço”, explicou o delegado ao Campo Grande News. A onça envolvida no caso foi capturada no dia 24 de abril, na região do pesqueiro Touro Morto, após a denúncia do desaparecimento do caseiro.
No laudo preliminar, divulgado no dia 7 de maio, já havia indícios de que Jorginho estava vivo no momento do ataque e tentou se defender. Lesões nos braços foram identificadas como reações de defesa com sinais vitais, ou seja, feitas enquanto ele ainda estava consciente.
Além disso, fragmentos de ossos e fios de cabelo foram encontrados nas fezes do animal, recolhidas um dia após a captura. O material foi enviado para análise pericial, e embora os exames definitivos sobre a origem dos vestígios ainda estejam em andamento, o laudo necroscópico já confirmou que a causa da morte foi o ataque da onça.
O caso aconteceu na madrugada de 21 de abril. Jorginho trabalhava como caseiro em uma propriedade isolada, acessível apenas por barco ou helicóptero, a cerca de duas horas do porto de Miranda. Um guia de pesca que procurava o caseiro estranhou sua ausência e encontrou marcas de sangue e pegadas do animal, acionando a Polícia Militar Ambiental e a Polícia Civil. Imagens das pegadas circularam nas redes sociais.
A propriedade contava com sistema de câmeras, mas os equipamentos estavam desativados no momento do ataque. A onça capturada, um macho de aproximadamente nove anos, segue sob observação. Segundo o boletim veterinário mais recente, o animal está ativo, consciente e com comportamento reativo à presença humana.
Campo Grande News