Vítima do metanol? Jovem de 21 anos morre após beber destilado

Um jovem de 21 anos passou mal e morreu em Campo Grande, após consumir destilados como whisky e cachaça no último final de semana. O rapaz foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário, mas não resistiu.

Segundo informações repassadas ao Jornal Midiamax, ele chegou para atendimento sentindo desconforto no estômago, náuseas e chegou a vomitar um líquido escuro. O rapaz estava consciente, respondia às perguntas e com pressão estável.

Porém, pouco tempo depois, o quadro piorou de forma repentina e o jovem não resistiu. Ele ainda passou por duas tentativas de reanimação, mas sem sucesso. O corpo foi encaminhado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde exames toxicológicos vão apontar a causa da morte.

Consta também na ocorrência que o rapaz fazia ingestão de bebidas alcoólicas há muito tempo, fato relatado pelo irmão, mas negado pela mãe.

Investigação apreende frascos para verificar metanol

A Polícia Civil abriu investigação para descobrir se houve relação com o consumo das bebidas, como as adulteradas com o metanol.

O caso é acompanhado pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), segundo a Polícia Civil, que recolheu 13 frascos de bebida na loja onde o produto foi comprado para análise.

Assim, de acordo com o delegado Wilton Vilas Boas, a morte foi provavelmente causada por uma intoxicação. “Contudo, para comprovação desse fato, teremos que aguardar os laudos de laboratório e o laudo de exame necroscópico. Tendo em vista que essa bebida foi entregue para os próprios familiares na unidade de saúde, nós, por cautela, recolhemos esse produto para que ele possa ser submetido a perícia. Tudo que está sendo feito é por cautela e uma investigação normal”, disse.

Neste caso, não há confirmação de que tenha alguma relação com os casos de intoxicação por metanol registrados no Brasil, mas exames toxicológicos vão apontar a causa da morte. Segundo o boletim de ocorrência, há a solicitação para ‘que seja verificada eventual intoxicação, inclusive por metanol, encaminhado o corpo ao IML para exame necroscópico’.

Bebida apreendida no local onde rapaz comprou o produto (Reprodução – Polícia Civil)

Em nota, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e a SES (Secretaria de Estado de Saúde) informaram que acompanham o caso.

“O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul, onde passou por exame necroscópico. Amostras foram coletadas e encaminhadas para análise laboratorial aprofundada, que deverá indicar a real causa da morte. O prazo estimado para conclusão dos exames complementares é de aproximadamente 30 dias.

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (DECON), conduz as investigações, que envolvem os seguintes registros preliminares:

  • Formas qualificadas de crime de perigo comum (Art. 258 do Código Penal);
  • Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios (Art. 272 do Código Penal);
  • Morte decorrente de fato atípico.

A Secretaria de Estado de Saúde também foi formalmente notificada sobre a suspeita de intoxicação por metanol, e atua em conjunto com os órgãos de segurança e vigilância sanitária na apuração do caso. Até o momento, não há confirmação da presença de metanol. A análise pericial segue em andamento.

O Governo do Estado lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares da vítima e reitera que todas as medidas necessárias estão sendo adotadas para o esclarecimento completo dos fatos”.

Casos de intoxicação por metanol

O aumento de notificações de intoxicação por metanol nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil acendeu um alerta em Mato Grosso do Sul, mesmo sem registros semelhantes no Estado. Para quem não abre mão da bebida no fim de semana, a principal recomendação é redobrar os cuidados e desconfiar de produtos vendidos a preços muito abaixo do mercado, que podem indicar sonegação, adulteração ou até risco de contaminação.

Em Mato Grosso do Sul, somente neste ano, o Procon-MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor) notificou nove estabelecimentos por comercializar produtos suspeitos. A lista inclui principalmente destilados como gin, uísque e vodca.

Até o momento, o país registrou seis mortes e 59 notificações por suspeita de intoxicação por metanol.

Midiamax

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