
Equipe da Polícia Militar no local do crime. (Reprodução Costa Leste News)
A Justiça decretou a prisão preventiva de Gabriel Gonçalves Ferreira, de 18 anos, e Carlos Henrique Dantas, de 20, em Aparecida do Taboado, na tarde dessa quarta-feira (5). Gabriel foi preso em flagrante junto com o amigo pelo feminicídio da própria mãe, Mara Aparecida do Nascimento Gonçalves.
A dupla está presa desde a noite de terça (4), quando Mara foi encontrada morta a facadas em casa no bairro Jardim Redentora. À polícia, tanto o filho quanto o amigo negaram a participação no assassinato de Mara. No entanto, os dois apresentaram contradições acerca do crime durante entrevista preliminar à polícia.
Antes da audiência de custódia na tarde dessa quarta-feira (5), a Defensoria Pública, que representa Gabriel e Carlos, solicitou a liberdade provisória da dupla vinculada sem fiança. No entanto, o juiz de Direito, André Ricardo, da 1ª Vara, determinou a prisão preventiva dos jovens.
Na audiência, o magistrado entendeu que da análise das diligências investigativas realizadas até o momento concluiu-se que há indícios suficientes de autoria. No quarto dos jovens foi encontrada uma camiseta vestígios de sangue e a faca usada no crime estava no banco de uma motocicleta estacionada na varanda da casa de Mara.
Ao fim da audiência de custódia, o juiz justificou os motivos para que os acusados tenham a prisão preventiva decretada. “Isso porque a conduta imputada reveste-se de concreta gravidade, com a causação da morte da vítima a golpes de faca. Além disso, possivelmente levado a cabo por pessoas que residiam no mesmo imóvel da vítima, dentre eles, o próprio filho. Ademais, os autuados não possuem ocupação lícita, não trabalham, não estudam e, ao que se infere, dedicam suas existências ao consumo de entorpecentes, do que se extrai pela presença, ainda, do sério e real risco de reiteração delitiva e a necessidade da prisão cautelar para a garantia da ordem pública. Como se não bastasse, de forma comissiva ou omissiva, os autuados estariam a alterar a verdade dos fatos com o escopo de dificultar a ação investigativa da polícia judiciária”, diz trecho do documento.
Feminicídio
Segundo o boletim de ocorrência, a polícia foi acionada após Carlos contar que um homem, de cor parda, usando calça jeans, tênis branco, sem camiseta e com uma camiseta vermelha enrolada na cabeça, teria chegado à residência com uma faca e perguntado pela dona da casa.
Em seguida, a vítima saiu para ver o que estava acontecendo e foi atingida por um golpe de faca na altura do pescoço. Ao chegar ao local, os policiais encontraram os dois homens na calçada, o filho de 18 anos da vítima e o amigo.
Vestígios de sangue em camiseta
Logo que a polícia chegou ao local do crime, encontrou Carlos, Gabriel — filho da vítima — e um adolescente na calçada da casa. Então, eles relataram que Mara estaria caída ao chão dentro do imóvel e o Corpo de Bombeiros foi acionado para constatar o óbito.
Diante dos fatos, a Perícia Técnica foi acionada e realizou os levantamentos na residência. Lá, os peritos encontraram vestígios de sangue em uma camiseta regata, de cor azul, no quarto de Gabriel.
Além da camiseta, os peritos encontraram a faca usada no feminicídio em um banco de uma motocicleta estacionada na varanda da casa de Mara.
Mara é a 34ª vítima de feminicídio registrado neste ano de 2025, em Mato Grosso do Sul. Na mesma noite em que ela foi assassinada, nessa terça-feira (4), Aline Silva, de 26 anos, foi morta a facadas na frente da filha e de sua mãe, no bairro Santa Luzia, em Jardim. O suspeito, Nélio Moraes, de 65 anos, fugiu após o crime, mas foi preso pela Força Tática do 11º BPM (Batalhão de Polícia Militar) no dia seguinte.
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