Morre o cantor Lindomar Castilho aos 85 anos em Goiânia

lindomar castilho

Cantor Lindomar Castilho

Morreu, nessa sexta-feira (19/12), o cantor Lindomar Castilho, aos 85 anos. O artista, que fez sucesso no Brasil nos anos 1970 e 1980, virou manchete nas páginas policiais em 1981, quando assassinou com cinco tiros a ex-esposa, Eliane de Grammont, então com 26 anos. O motivo da morte não foi divulgado.

Morre o cantor Lindomar Castilho, que matou a ex-esposa, aos 85 anos - destaque galeria

Lindomar Castilho fez grande sucesso

Saúde fragilizada

Nos últimos anos, Lindomar Castilho vivia recluso em seu apartamento localizado em Goiânia. Diagnosticado com Parkinson, ele tinha a saúde fragilizada há cerca de 10 anos. O velório acontece neste sábado (20/12), a partir das 13h, no Cemitério Santana, em Goiânia (GO).

A morte foi confirmada pela filha, Lili De Grammont, nas redes sociais. “O que te faz ser quem você é? As palavras não são suficientes para explicar o que estou sentindo! Só sinto uma humanidade imensa, sinto o tanto que estamos nesta terra para evoluir. Sinto o poder das coisas que verdadeiramente importam”, disse ela.

“Meu pai partiu! E como qualquer ser humano, ele é finito, ele é só mais um ser humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha mãe também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, completou.

Tragédia

Apelidado de Rei do Bolero pelo estilo sentimental de suas músicas, Lindomar Castilho emplacou sucessos populares, como Você É Doida Demais e Eu Amo a Sua Mãe. A primeira, aliás, foi usada pela TV Globo como tema de abertura da série Os Normais, com Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães

O cantor matou Eliane de Grammont, sua ex-companheira, no dia 30 de março de 1981. No auge da carreira, ele disparou cinco tiros contra a ex-esposa de 26 anos, mãe de uma de suas filhas. Ela se apresentava na boate Belle Époque, em São Paulo, com o violonista Carlos Randall. Lindomar foi julgado em 1984, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Metrópoles

A morte do cantor Lindomar Castilho, neste sábado (20), reacendeu um assassinato brutal que aconteceu em 1981, quando o artista invadiu o show da ex-esposa e a matou a tiros, enquanto ela cantava uma música de Chico Buarque no palco de um café em São Paulo.

Lindomar Castilho foi casado com Eliane de Grammont entre 1979 e 1981, quem ele conheceu nos corredores da gravadora RCA, e os dois tiveram uma filha, Liliane, quem fez o anúncio da morte dele. O artista sempre se mostrou um homem possessivo e ciumento, o que se agravou ainda mais pelo alcoolismo. O casal passou a viver uma vida conturbada e ela chegou a pedir o desquite após agressões físicas.

Quando os dois já haviam se separado e o cantor estava no topo das paradas, no dia 30 de março de 1981, Lindomar invadiu o bar Belle Époque, em São Paulo, onde a esposa se apresentava, e deu cinco tiros enquanto ela estava ainda no palco.

Eliane cantava a música “João e Maria”, de Chico Buarque, exatamente nos versos “agora era fatal, que o faz de conta terminasse assim”, quando foi atingida pelos tiros. A motivação do crime foi o ciúme que sentia do violonista Carlos Randall, primo de Lindomar, que se apresentava com ela na noite paulistana. Ela morreu a caminho do hospital, aos 26 anos. O cantor tentou fugir, mas foi impedido pelas pessoas que estavam no local.

No post que anunciou a morte do pai, Lili relembrou o passado trágico na família que a deixou órfã de mãe ainda pequena.

“Ele é só mais um ser humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha mãe também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, escreveu ela.

Carlos Randall, que levou um tiro e sobreviveu, deu uma entrevista ao podcast do jornalista Piunti em 2022, e falou que não se sente apto a perdoar Lindomar. Depois do crime, o violonista precisou se afastar dos palcos para se recompor.

“Você precisa de um tempo para assentar. Você precisa se recompor, a ficha demora para cair, começa a pensar sobre o que poderia ter feito de diferente”, comentou.

O “Rei do Bolero” foi preso em flagrante e condenado, em 1984, por homicídio. Ele ficou em regime fechado até 1986, passou para o semiaberto e ficou livre da prisão em 1996.

Lili também comentou que não existe uma resposta exata quando o assunto é ter perdoado o pai ou não. Para ela, Lindomar era um homem com uma masculinidade tóxica que precisava ser transformada.

“Se eu perdoei? Essa resposta não é simples como um sim ou não, ela envolve tudo e todas as camadas das dores e delícias de ser, um ser complexo e em evolução. Diante de tudo isso, desejo que a alma dele se cure, que sua masculinidade tóxica tenha sido transformada”, pontuou.

CNN Brasil

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