O engenheiro e perito ambiental Paulo Sérgio Gomes faz a seguinte avaliação sobre a audiência pública da PCH Peixes que será construída pelo governo federal em Cassilândia.
A matéria é ilustrada por imagems do projeto da hidrelétrica.
“Foi realizada na Associação Comercial e Empresarial de Cassilândia, no dia 23 de outubro, a audiência híbrida (presencial e virtual) de apresentação do Rima (Relatório de Impacto Ambiental Simplificado) da Pequena Central Hidrelétrica – PCH Peixes, onde a população de Cassilândia e Aporé, pode conhecer os impactos ambientais que serão gerados no Rio Aporé, aliás menos de 1% da população esteve presente nesta audiência, com presença de cerca de 120 pessoas.
Segundo a apresentação, está previsto a construção de um canal de adução com 3.164,70 m de extensão paralelo a margem direita do Rio Aporé, onde a vazão natural do Rio Aporé será totalmente alterada, essa alteração ocupará um trecho de cerca de 5.5 km a jusante do Rio. Imagine essa vazão reduzida para 17,42 m3/s, cerca de 17.420 litros por segundos. Já a área projetada para reservatório dessa PCH irá ocupar uma área de cerca de 39,99 hectares de matas ciliares, veredas, com ocupação de cerca de 3 km de faixa marginal a montante do Rio Aporé. Nessa região, muitos habitats naturais de aves, a exemplo de araras, tucanos, entre outros, animais silvestres diversos serão totalmente inundados, sem falar que do lado do Aporé/GO existe uma Área de Soltura de Aves, que sequer foi mencionada nos estudos do Rima, e a mesma será impactado diretamente, pois cerca de 300 metros acima, está prevista a construção do Eixo do Barramento da PCH.
Conforme os estudos, serão 13 propriedades afetadas pela PCH Peixes, sendo 12 em Cassilândia e 1 no Aporé, foi afirmado pelos técnicos do projeto da mesma, que a Cachoeira Salto do Aporé não será afetada, mas quem garante que não haverá riscos no futuro. Também estão previstos projetos e programas ambientais, que na maioria das vezes não saem do papel, a população precisa estar atenta e cobrar do órgão ambiental a devida fiscalização para que isso ocorra.
Por fim, visando esclarecer todos os moradores do entorno do Rio Aporé, atualmente tramita dois processos de licenciamento no Imasul, o da PCH Ritinha, o qual até momento não foi emitida a Licença de Instalação – LI, já o da PCH Peixes foi realizada a Audiência, e o empreendedor tem até 15 corridos após a audiência pública para entregar a ata ao Imasul. Qualquer pessoa pode ter acesso ao Rima e demais documentos dessa PCH junto ao Imasul, inclusive no período da analise técnica, pois o Mapa de localização que foi apresentada consta divergente com o que está no site do Imasul, o qual deveria ter sido disponibilizado por 45 dias até o dia de realização da audiência e não foi.”
Confira as imagens.







