Artista que sonhava conhecer Campo Grande expõe telas em veludo na região central

João diz que viajou por muitas cidade expondo as telas (Foto: Graziela Rezende/G1 MS)

“Campo Grande é uma cidade linda, arborizada, cheia de árvores, é a terra dos ipês”. Tantos elogios, vindos do irmão caminhoneiro, levaram o artista plástico João Faria de Melo, de 61 anos, a conhecer a capital sul-mato-grossense. Há quatro décadas, ele conta que criou uma técnica em veludo e expõe nas ruas as suas telas. Até o Natal, o artista diz que o seu endereço é a esquina das ruas 13 de Maio e Cândido Mariano, região central da cidade.

“Tinha muita vontade de conhecer Mato Grosso do Sul, pois meu irmão elogiava bastante. Meu próximo destino acho que é Ponta Porã. Eu sou de Divinópolis, mas, estou sempre viajando. Já levei meus quadros para Bahia, além de morar em Brasília e expor os quadros em São Paulo por sete anos”, comentou ao G1 o artista.

O trabalho é minucioso, expõe as paisagens da sua infância na roça e também flores. “Eu criei esta técnica, mas nunca tive apoio da minha família. A pintura em tela é o contrário, quando se vai do claro para o escuro. No meu caso, vou clareando o tecido até o tom desejado, deixando a sombra que já possui o tecido. Não pode errar, pois fica difícil de remover a tinta”, explicou Melo.

Apaixonado por pintura desde jovem, o artista conta que nunca teve apoio da família. “Meu pai era daqueles nordestinos bravos, sabe? Eu estudei apenas o primário e, desde os 7 anos, trabalhei no campo, plantando arroz e feijão. Fui, aos poucos, produzindo as minhas telas e decidi exibi-las por aí”, comentou.

Falta de apoio
Em Brasília, Melo conta que as suas telas foram adquiridas por público de alto poder aquisitivo. Em São Paulo, ele ressalta que alugou espaços e teve a oportunidade de expor o trabalho em grandes shoppings. “Falta muito apoio aos artistas. Eu tentei trabalhar em feiras, porém, nos cobram valores antes da gente saber se vai vender ao menos um quadro. Falta muito apoio aos artistas”, lamentou.
Durante a semana, o artista produz a sua mistura de tintas e, por dois dias, cria os quadros. João disse que fica sozinho, introspectivo. “Durante a semana eu converso com as pessoas, vendo os meus quadros. Só que tem hora que bate a solidão, principalmente aos domingos. É o momento em que ligo para os filhos e netos”, comentou.
As telas variam de 1 metro a 1,5 metro, com preços de R$ 100 R$ 350.G1

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