Lancha com oito passageiros afundou a caminho de Morro de São Paulo, no baixo sul da Bahia, na manhã desta quinta-feira (2). Todos sobreviveram.
Um dos passageiros da lancha particular que naufragou a caminho de Morro de São Paulo, no baixo sul da Bahia, o músico e empresário Moisés Sande afirmou que chovia bastante e que o mar estava revolto quando a embarcação começou a afundar.
Em entrevista ao G1, ele disse que a sobrevivência dos oito ocupantes só foi possível graças aos equipamentos de segurança presentes na lancha.
“Todos estavam com coletes salva-vidas, o que deu uma certa tranquilidade para ficarmos aguardando por três horas o socorro dentro do mar”.
Sande conta que o grupo de amigos, que contava com seis homens e duas mulheres, partiu de Salvador rumo a Morro de São Paulo por volta das 7h40 desta quinta-feira (2). Após uma hora de viagem, sob forte chuva, ele diz que a tripulação sentiu um forte impacto.
“Parece que bateu em um toco. A lancha foi perdendo velocidade. Quando levantamos o alçapão, que fecha os motores, muita água. O motor apagou. Vimos uma ruptura no casco e começamos a tirar a água com o balde. De quando o motor parou, demorou só dez minutos para afundar”, detalhou.
Antes do naufrágio, quando os ocupantes perceberam que algo de errado estava acontecendo, Sande disse que os passageiros acionaram o 190 e também um grupo de lanchas [de pilotos] em aplicativo de bate-papo no celular. “Foi nesse grupo que um amigo do nosso capitão viu e conseguiu chegar com outra lancha para nos dar socorro”. O resgate foi feito por meio da lancha “Lulu V”.Até o socorro chegar, Sande conta que o grupo ficou três horas no mar revolto. Antes do naufrágio, os ocupantes conseguiram retirar um dos assentos da lancha, que serviu como apoio para os passageiros. “Serviu de coroa, para que ficássemos abraçados ao redor. Foi muito tenso”.
Antes da lancha afundar, Sande explica que conseguiu amarrar as malas e jogar ao mar com o celular, que era a prova d’ água. Foi por meio do equipamento que foi possível pedir socorro. Ele conta que um outro amigo também tinha celular a prova d’ água e acabou aparecendo nas imagens do polícia fazendo selfie no momento do resgate.
Sobre a situação, Sande disse que os ocupantes mandaram fotos para familiares mostrando que tudo estava bem e que registaram a situação para ficasse como arquivo pessoal e não para divulgação.
“Durante o resgate, a sensação foi de alegria. Registramos aquele momento entre a gente, que ficaria marcado em nossas vidas. Era para ser uma coisa nossa, um registo nosso, nada para ser divulgado, e acabou gerando uma série de interpretações. Vi que gerou memes”, contou.
Apesar do susto, o grupo de amigos não desistiu da viagem e o final de semana de passeio em Morro de São Paulo não foi cancelado. Sande falou que o susto fez valer ainda mais a premissa de que a vida não pode ser desperdiçada. “Numa situação como essa, você repensa muita coisa. Pensa na família, nos planos, nos assuntos mal resolvidos. No fim de tudo, o que vale é viver. Já que a gente está a salvo, temos que aproveitar a vida”. G1