Colecionador de caminhões ‘viciado’ em Fenemê já perdeu a conta de quantos tem

Fanático por Fenemês, o empresário Osvaldo Strada criou estrutura com oficina para restaurar e cuidar dos caminhões (Foto: Fábio Tito/G1)

Fanático por Fenemês, o empresário Osvaldo Strada criou estrutura com oficina para restaurar e cuidar dos caminhões (Foto: Fábio Tito/G1)

Certas pessoas colecionam figurinhas, bonecos, sapatos… e alguns, mais extravagantes, podem ter uma garagem repleta de carros. Mas a escolha do empresário Osvaldo Strada, de 61 anos, foi um pouco além: ele é dono de mais de 30 caminhões, em sua maioria da extinta montadora brasileira FNM (Fábrica Nacional de Motores), conhecida como Fenemê.

É importante ressaltar o “mais de 30 caminhões” porque nem mesmo o dono sabe quantos são.

“Eu precisaria contar. Alguns estão aqui e outros em outros lugares. A verdade é que se torna algo realmente compulsivo”, diz.

Filho de caminhoneiro, Strada – sim, este é o sobrenome dele- é analista de sistemas aposentado e diz que está tentando se livrar do “vício”.

“Minha filha quis me internar. Eu me curei, eu já prometi em casa”, garante.

A metodologia desenvolvida para a cura, segundo ele, é não vai comprar mais nenhum caminhão antes que termine de restaurar os que já tem. São 15 já totalmente restaurados e mais 10 na fila para a renovação.

E quando foi a última peça, Seu Osvaldo? “Faz um mês e meio”, explica o colecionador.

Quanto vale?

Não há como chegar ao valor específico de cada Fenemê da coleção, mas é possível ter uma ideia. Algumas unidades foram utilizadas na construção de Brasília, inaugurada em 1960, e compradas por cerca de R$ 4,5 mil em leilão.

Mas os gastos para deixar os modelos impecáveis fazem a valor subir bastante, diz o colecionador.

“Não gastei menos de R$ 200 mil em nenhum caminhão restaurado aqui.”
Produzidos nas décadas de 50 e 60, muitos dos caminhões que ele tem precisaram passar por uma restauração completa.

“Por exemplo, um caminhão muito parecido com o Fenemê 55 que tenho aqui foi vendido por R$ 450 mil”, explica o colecionador, que diz receber muitas propostas, mas não vende de jeito nenhuma de suas “joias”.

A coleção
Tudo começou no ano 2000, quando Osvaldo comprou um Fenemê prata. “Eu comprei meu primeiro caminhão para passear, foi até engraçado. Fui comprar um carro novo e achei muito caro. Falei para o vendedor que por aquele preço comprava um caminhão. Então ele me ‘disse compre então’. Eu fui e comprei mesmo”, diz Osvaldo.

Mas a paixão pelos pesados vinha desde a infância e foi inspirada em seu pai Orlando Strada.

“Meu pai era caminhoneiro, mas nunca deixou eu comprar um caminhão. Então despois que ele morreu, comprei o meu primeiro”, conta o colecionador.

Com o tempo, a coleção foi crescendo e Osvaldo focou nos Fenemês, da antiga Fábrica Nacional de Motores, também por ser o caminhão que seu pai utilizava. Mas para guardar e restaurar tantos caminhões, ele precisou criar a própria oficina.

Em Pilar do Sul, no interior de São Paulo, ele conta com equipe de funileiro, mecânico e o gerente-geral do projeto, Adalberto Texeira.

I
História da FNM
Criada durante a 2ª Guerra Mundial, a Fabrica Nacional de Motores, como o próprio nome indica, era especializada em fazer motores e ficava em Xerém, no Rio de Janeiro.

Depois do fim do conflito, a FNM começou a fazer caminhões com mecânica Alfa Romeo e chassis e cabine brasileiros. Os Fenemês diviram as estradas com outros caminhões clássicos, como o Scania “Jacaré” e o “Muriçoca”.

Sem muita evolução técnica com o passar do tempo, a empresa vendida para a Fiat em 1977, que acabou encerrando a produção dos Fenemês. G1

Interior de um caminhão FNM da coleção de Osvaldo Strada em sua casa em Pilar do Sul (SP) (Foto: Fábio Tito/G1)

Interior de um caminhão FNM da coleção de Osvaldo Strada em sua casa em Pilar do Sul (SP) (Foto: Fábio Tito/G1)

 

Osvaldo Strada, colecionador de caminhões Fenemê, entre algumas de suas 'joias' na casa em Pilar do Sul (SP) (Foto: Fábio Tito/G1)

Osvaldo Strada, colecionador de caminhões Fenemê, entre algumas de suas ‘joias’ na casa em Pilar do Sul (SP) (Foto: Fábio Tito/G1)

Qual é o maior clássico das estradas brasileiras?

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