EDITORIAL Não se faz festa com a casa desarrumada

Os nossos avós já ensinavam que não se faz festa com a casa desarrumada.

Ou seja, primeiro organiza-se a casa, cuida-se do seu orçamento, da sua limpeza e toma-se todos os cuidados necessários para mantê-la em ordem, para depois, sim, pensar em fazer festa.

Em Cassilândia está ocorrendo justamente o contrário.

O prefeito Valdecy Costa (PSDB), que torrou os mais de R$ 12 milhões que o ex-gestor Jair Boni deixou no cofre da Prefeitura, decretou estado de emergência em Cassilândia no dia 14 de novembro passado tendo como justificativas os vazamentos de água e os escorpiões que se multiplicaram nos últimos tempos devido à incompetência da sua administração.

Estado de emergência é a mesma coisa que estado de calamidade pública, isto é, o equivalente a grande enchente, deslizamento de barreiras na serra, vulcão, furacão, terremoto, incêndio generalizado e outras grandes tragédias.

Mas nada disso ocorreu em Cassilândia para justificar um decreto de estado de emergência.

Mas, mesmo assim, considerando-se a urgência e considerando que estamos de fato num estado de emergência, o que justifica fazer três noites de festa na virada do ano, com contratação de palco, banda e artistas de renome, além de outras gastanças que são comuns no atual governo municipal?

Um prefeito, ao decretar estado de emergência, tem o direito de gastar e comprar à vontade sem fazer licitação ou concorrência pública, o que abre brechas para todo tipo de dúvidas na cabeça do contribuinte, que, no final, é quem paga a conta.

Fazer festa em Cassilândia neste período beira o ridículo, pois a cidade nunca esteve tão abandonada com buracos, vazamentos de água e matagal espalhados por todos os lugares, a saúde pública que deixa a desejar com falta de médicos e medicamentos no postão e nos postinhos dos bairros, está devendo quase R$ 4 milhões apenas para a Previsca, a previdência dos servidores municipais cassilandenses, além de dívidas junto a comerciantes, fornecedores diversos e prestadores de serviços.

O prefeito de Cassilândia age como se fosse um bon-vivant que estoura o orçamento em baladas e deixa, por exemplo, de por a comida na mesa da casa.

E o que faz a Câmara de Vereadores? A maioria não faz nada. Apenas diz amém a tudo que o prefeito faz.

Pense no absurdo e você encontra precedente em Cassilândia.

O desgoverno municipal que o diga.

Casa desarrumada precisa ser organizada antes da festa / Foto ilustrativa

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