Andressa Fernandes Teixeira, de 29 anos, foi morta atropelada pelo próprio marido, de 24 anos, na Avenida Cinco, no bairro Nova Campo Grande, na noite de sábado (21). A vítima foi prensada contra um portão e arrastada após ser atropelada na residência.
Por volta das 22h, a vítima estava sentada no portão, de costas para a residência, quando o marido avançou com o Volkswagen Polo em sua direção, a arrastando. O corpo parou embaixo do carro, quando vizinhos impediram que ele fugisse.
Uma vizinha, que testemunhou o crime, contou à polícia que o casal estava bebendo, chegando a convidá-la por volta das 20h. Ela teria negado por ter compromissos. Quando retornou, ouviu o casal discutindo sobre a situação financeira, chegando a discutirem sobre quem ganhava mais na casa. Pouco depois, ela pediu uma pizza e viu Andressa ainda no portão, chegando a brincar com a vítima, mas foi ignorada. Andressa ainda teria questionado o motoentregador da pizza por olhar “demais” para a casa. A vizinha pegou a encomenda e entrou para dentro da residência.
Pouco depois, ouviu Andressa brigando com o companheiro, tentando impedi-lo de sair com o carro. As crianças, uma menina de 11 anos e um garoto de 3 anos, estavam na frente da casa. A vizinha ouviu o estrondo do portão e começou a gritar: “Para o carro, você vai matá-la”. O marido teria respondido: “Que se dane!”. Ele teria arrancado em primeira marcha. A moradora continuou pedindo para que ele desse ré no veículo: “Pense nos seus filhos. Você está levando ela”, momento em que ele desceu do carro.
A vizinha começou a gritar e outros moradores saíram para ver, impedindo o rapaz de tentar fugir, momento em que ele entrou no carro. Ela relatou que viu os dedos de Andressa se mexerem; o pneu estava sobre a mão dela. Familiares dele chegaram ao endereço e tiraram o carro de cima da vítima com força, em seguida, um parente teria pego o carro e tirado do local do crime.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, uma ambulância chegou rápido, entretanto, a equipe constatou o óbito após 1h. O marido teria ficado “em cima” dos socorristas e precisou ser contido. Quando a Polícia Militar chegou, ele estava alterado e precisou ser reanimado. Ele dizia “O que eu fiz da minha vida”. Os filhos do casal gritavam.
Relacionamento conturbado
A testemunha relata que o casal costumava brigar com frequência e tinha um relacionamento conturbado, mas ela não se intrometia por receio das atitudes dele.
Na noite de ontem, ela afirmou aos policiais que o rapaz sabia que a esposa estava no portão, pois ele havia confrontado o moto entregador. A vizinha ainda disse que acredita que o rapaz tinha passagens por outras brigas do casal, mas que Andressa não tinha medida protetiva ou denunciado o marido por violência.
Terceiro feminicídio no Nova Campo Grande
No dia 22 de março, Dayane Xavier da Silva foi esfaqueada pelo marido, de 38 anos, no bairro Nova Campo Grande. A vítima sofreu três cortes na região da virilha e perdeu muito sangue. Ela foi socorrida e levada para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.
A vítima e o autor moravam há dois meses na casa onde ocorreu o feminicídio, que é de uma amiga de Dayane. Ela estava presente no momento do crime e contou que os três estavam em uma conveniência. Midiamax