Automutilação: Três Lagoas registra 50 casos entre estudantes

Perfil dos alunos varia entre 12 anos a 17 anos de idade – Foto: André Barbosa/JPNews

Pelo menos 50 estudantes adolescentes de cinco escolas municipais de Três Lagoas são automutiladores, ou seja, estão utilizando objetos cortantes como lâminas ou facas, para se ferirem, por questões psicológicas. A constatação é do Conselho Municipal de Saúde (CMS), que está buscando parceiros dentro da sociedade civil três-lagoense para formar grupo de apoio aos jovens vítimas de automutilação.

Segundo a presidente do órgão, Vilma Portella, o número é superior a 50 adolescentes nessa condição, o que já despertou a atenção para o problema. Perfil dos alunos varia entre 12 anos a 17 anos de idade, conforme explicou. “Esse dado é preocupante. A sociedade ainda não tinha se atentado ao problema no município. Os próprios colegas desses estudantes não denunciam o problema, por medo, ou até mesmo por conivência, o que pode também torná-los dependentes”, disse.

Como parte dos trabalhos do grupo, a presidente aponta terapias psicológicas. “Conseguimos de imediato, quatro psicólogas que vão atender estes jovens e identificar fatores que os levam à automutilação. O número é muito preocupante. Com o atendimento psicológico, estes estudantes vão ter o apoio que estão pedindo. A automutilação é um pedido de socorro. Há outros adolescentes que vêm estes casos e acabam copiando também”, afirmou.

Entre os vários fatores pela conselheira, que levam os adolescentes à tal prática, está a violência física e sexual, entre outros problemas familiares. “Fui a um evento em uma escola e estava acontecendo uma reunião com os pais de alunos que foram identificados como automutiladores. Nos oferecemos, enquanto Conselho Municipal, para entrarmos nessa luta com esses pais e, desde então, temos feito algumas ações. A primeira delas foi conseguir a psicóloga voluntária, pois, infelizmente, o serviço público não está dando conta. Essa profissional já teve contato com os alunos e agora só falta autorização dos pais”.

Por enquanto, explicou Vilma Portella, o grupo ainda não possui sede própria. Entretanto, os trabalhos e atendimentos estão concentrados na rua Eurides Chagas Cruz, no prédio do CMS, ao lado do Posto de Saúde Interlagos. “Juntamente com a equipe de apoio, pensamos que o caso mais grave é o que aparece. Pois, se não chegarmos a tempo com o atendimento, poderá ocorrer uma fatalidade”, finalizou. JPNews

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