Empresária confia oficina a morador de rua e ele tenta recomeçar aos 77 anos

Seu Antônio chora ao lembrar do abandono depois de perder o filho e o neto. (Foto: Paulo Francis)

O choro de Antônio Carlos Gotardo, de 77 anos, revela a tristeza ao lembrar do passado marcado pelo sofrimento que o levou para as ruas. A única alegria nesta história surge quando ele mostra o cantinho, que agora o protege da chuva e da violência.

A esperança no ser humano voltou desde que foi bem recebido por uma empresária no bairro Amambaí, que resolveu ajudá-lo de um jeito simples, com voto de confiança. “Ela foi uma pessoa boa para mim, a única coisa que posso fazer é agradecer e cuidar aqui da oficina dela”, diz Antônio.

O encontro dos dois aconteceu há 2 anos no mesmo bairro, onde Antônio vivia como morador de rua, com roupas surradas e cuidando dos carros na esperança de alguns trocados. Mas há dois meses Silvana do Nascimento, 49 anos, não teve receio de dar abrigo a ele.

A relação de confiança começou pela gentileza e pela vontade em ajudar moradores da região. “Ali tem muitos moradores de rua e isso é uma coisa que entristece muito. Sinceramente, se eu pudesse faria muito mais por ele, mas até agora só consegui dar um cantinho da oficina para ele se abrigar”, diz Silvana.

Antônio não paga nenhuma despesa, mas ficou responsável por cuidar do espaço nos fins de semana quando não há expediente. Sem nenhum pertence, Silvana ainda estruturou o quartinho pequeno com uma geladeira e fogão para Antônio.

A situação do senhor de 77 anos ainda é de judiação, mas pelo menos ele diz já ter pelo que agradecer. “A dona Silvana tem um coração que falta em muitas pessoas”.

A situação do senhor de 77 anos ainda é de judiação, mas pelo menos ele diz já ter pelo que agradecer. “A dona Silvana tem um coração que falta em muitas pessoas”.

Antônio foi viver nas ruas há cinco anos, depois de ter o único filho assassinado, o neto preso por tráfico de drogas e a ex-esposa vender a casa onde moravam no Jardim Imá. “Eu me preparei para a velhice, tinha uma casinha paga já. Era simples, mas era minha”, conta sem conter o choro.

Ele acabou indo dormir nas ruas, mas hoje parece bem melhor.
Sem casa, filho e neto, acabou nas ruas. “Uma humilhação muito grande. Imagina como é chegar nessa idade morando na rua, longe da sua casa, de dinheiro e sem ter o que comer”.

Nos cincos anos, muitas coisas aconteceram, inclusive, gente sempre oferecendo drogas. “É o que não falta nas ruas. Muita gente me ofereceu bebida e droga, mas nunca aceitei. Eu sabia que isso podia ser um caminho sem volta”.

Pela idade, Antônio acabou acolhido por outros moradores de rua que cuidavam dele como um avô. “Eu era o mais velho e eles sempre me trataram muito bem. Não posso deixar de agradecer a ele também, os únicos com que eu tinha como ver o tempo passar”.

Antônio foi viver nas ruas há cinco anos, depois de ter o único filho assassinado, o neto preso por tráfico de drogas e a ex-esposa vender a casa onde moravam no Jardim Imá. “Eu me preparei para a velhice, tinha uma casinha paga já. Era simples, mas era minha”, conta sem conter o choro.

Ele diz que a esposa vendeu a casa por R$ 25 mil e o deixou sem nada. “Eu assinei o papel sem ler e confiei nela. Mas a gente brigava muito, ela era autoritária”, diz.

Mas a dor maior foi perder o único filho, Marco Antônio Gotardo, que há cinco anos foi assassinado em Ponta Porã, conta o morador. “Ele disse que arrumou um emprego para aquelas bandas. Eu ainda pedi muito para que não fosse. E em pouco meses eu tive que ir assinar o atestado de óbito. Esquartejaram o meu filho”.

O único neto acabou sendo preso por tráfico de drogas, deixando Antônio em situação de abandono. O restante da família é de Brodowski, interior de São Paulo, mas ele diz que prefere não incomodar ninguém. “Vim de uma família muito humilde, meu irmão é mais velho do que eu, tem problemas de saúde e todo mundo batalha muito pra viver. Eu não quis ir pedir ajuda”.

Sem casa, filho e neto, acabou nas ruas. “Uma humilhação muito grande. Imagina como é chegar nessa idade morando na rua, longe da sua casa, de dinheiro e sem ter o que comer”.

Nos cincos anos, muitas coisas aconteceram, inclusive, gente sempre oferecendo drogas. “É o que não falta nas ruas. Muita gente me ofereceu bebida e droga, mas nunca aceitei. Eu sabia que isso podia ser um caminho sem volta”.

Pela idade, Antônio acabou acolhido por outros moradores de rua que cuidavam dele como um avô. “Eu era o mais velho e eles sempre me trataram muito bem. Não posso deixar de agradecer a ele também, os únicos com que eu tinha como ver o tempo passar”.

Agora, a esperança é ter uma chance de trabalhar e quem sabe arrumar um cantinho para viver o resto da vida. “A dona Silvana é uma mulher de bom coração, mas eu também tenho que ajudar e ter o meu canto. Não sei como, mas Deus vai me ajudar”Antônio não pede doações, mas toda ajuda é bem vinda. O fogão, por exemplo, está sem uso por falta de um botijão. “É a única coisa que preciso, porque não tenho como cozinhar. Mas na geladeira ainda bem que tenho água gelada”, diz.

Campo grande news

Compartilhe:
Posted in Noticias and tagged .

Deixe um comentário