Bebê leva 7 picadas de escorpião escondido em fralda

A criança foi levada para um posto de saúde por familiares após apresentar aumento da frequência cardíaca, excesso de saliva e recusa alimentar. – Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A médica pediatra que atendeu a bebê recém-nascida que sobreviveu após ser picada em casa sete vezes por um escorpião no município de Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia, disse que tomou um susto quando recebeu a criança no hospital, porque encontrou o animal ainda vivo preso ao corpo da vítima. O escorpião estava preso no cordão umbilical da criança, escondido dentro da fralda.

“Tomei um susto de imediato. Primeiro, porque o escorpião estava vivo e, segundo, porque estava aderido ao abdômen da criança”, disse a pediatra Camila Mirante.

A médica destacou que a criança chegou à unidade de saúde no fim do plantão e que foi a última paciente a ser atendida no dia do ocorrido. Foram aplicadas seis ampolas do soro antiescorpiônico na criança. Após passar três dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a menina teve alta, no dia 9 de setembro.

A família da bebê recém-nascida informou não voltou para a mesma casa onde tudo aconteceu. O G1 conversou com a mãe da menina, Fernanda Ferreira, na sexta-feira (21), e ela contou que recebeu ajuda de um morador da cidade, que se comoveu com o caso e doou seis meses de aluguel.

Desde que o incidente aconteceu, ela tem ficado na residência de uma amiga. Fernanda informou que não vai levar os móveis que tinha na casa onde morava porque tem medo de outro animal ir no meio da mudança.

“Não tinha muita coisa lá na casa onde eu morava e o que tinha não vale a pena o risco. Estou com medo de voltar lá e ter mais. Então, eu prefiro arrumar um colchão e ir para casa que o rapaz alugou, do que correr o risco”, disse ela.

Além da ajuda com o aluguel, Fernanda também recebeu doações de outras pessoas, depois que o caso se tornou público. “Pedi uma ajuda na rádio e ganhei umas roupas e alimentos. Já ganhei um colchão de solteiro, é um começo. Tenho um fogão e o botijão. Deus proverá”.

Ainda segundo Fernanda, ela não tem condições de trabalhar porque a filha mais velha dela, uma garota de 7 anos, nasceu com problemas físicos. A menina precisa de cuidados especiais.

“Minha filha mais velha tem o crânio exposto, só eu sei cuidar dela. Não posso trabalhar porque só eu cuido e não confio de deixar com ninguém. Ela teve malformação, já nasceu assim”, explicou Fernanda, sem querer entrar em detalhes do caso.

O CASO

Maria Sofia Silva Ferreira tinha apenas 3 dias de vida quando foi atacada pelo escorpião. A menina nasceu no dia 3 de setembro. Dois dias depois, ela recebeu alta e foi para casa, no Conjunto Habitacional Campo Verde, no bairro Campinhos, e foi picada no dia 6 de setembro.

De acordo com informações da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a criança foi levada para um posto de saúde por familiares após apresentar aumento da frequência cardíaca, excesso de saliva e recusa alimentar.

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