Um mês após a morte de Gabrielly, família clama por justiça e respostas para o caso

Menina morreu depois ser agredida por colegas na saída da escola

Em meio a lágrimas e canções religiosas, familiares e amigos da menina Gabrielly Ximenes caminharam pelas ruas do Nova Lima como um pedido de Justiça em Campo Grande. A caminhada, que saiu da igreja que a família frequenta até a escola onde a aluna foi  espancada por colegas, tem o objetivo de chamar a atenção das autoridades como um pedido de respostas.

A mãe, Beatriz Ximenes, de 39 anos é dona de casa e passava boa parte do dia com a filha Gabrielly. Para ela, a dor é irremediável e só o esclarecimento do caso pode trazer alento. “Está fazendo um mês que ela se foi. A cada dia que passa a saudade aumenta mais e a revolta também. Queremos que a justiça seja feita, alguém tem que responder que isso, tem que ter um culpado”, se revolta.

Abraçada com o esposo, Beatriz caminhou pelas ruas do Nova Lima e chorou quase que o trajeto todo, enquanto ouvia as palavras do pastor. A dona de casa conta que falta da filha do meio é sentida todos os dias, já que a menina era sua companheira em casa. “Ela passava o dia comigo, sempre ao meu lado. Não tem um dia que eu não chore pela falta dela. Minha filha maqis nova, de 3 anos, também chora muito e sente a falta da irmã”, conta.

Para os pais, a maior causa da indignação é ainda não saber como andam as investigações. O pai, Carlos Roberto Costa de Souza, um motorista de 40 anos, diz que a diretoria da escola nunca procurou a família depois do ocorrido e que ninguém dá qualquer informação sobre a investigação ou sobre o laudo médico. “Viemos nesta caminhada para pedir paz, que isso nunca mais aconteça com uma criança. Sentimos muita dor, perder uma filha é perder um pedaço do coração que nunca mais vai ser igual”, lamenta.

Apesar da dor e da indignação em perder uma filha tão nova, o motorista prefere não apontar o dedo para quem quer que seja o culpado. “A gente não guarda mágoa de ninguém, só queremos justiça. É a justiça que vai decidir quem foi o culpado, nós não somos ninguém para julgar”, diz. O pai ainda relembra das características marcantes da filha. Carinhosa, ela adorava dar presentes a quem gostava e ele acredita que o presente dado a uma professora possa ter despertado ciúme nas coleguinhas. Além disso, a demora no atendimento médico e falta de atenção também gera indignação no pai.

A irmã mais velha, Michelle Ximenes, de 17 anos, diz que após um mês sem a irmã, o sentimento ainda é de tristeza e o coração aperta de relembrar a história. Mesmo com uma diferença de idade de sete anos, a relação com Gabrielly era muito próxima, como de melhores amigas. “A gente contava tudo uma pra outra, ela me contava tudo que acontecia no dia dela. É muita saudade, eu quero justiça, isso não deveria ter acontecido. Eu acredito que foi negligência médica, alguém tem que responder pelo que aconteceu”.

Crianças também acompanharam a caminhada com os familiares. Entre elas, uma amiga de Gabrielly, de 11 anos, comenta que a menina era muito carinhosa e pacífica. “Ela nunca brigou com ninguém, sempre muito calma”, diz. A colega conta que só soube do acontecido pelas reportagens e que custou a acreditar que não veria mais a amiga, como acontecia todos os dias na escola.

Enquanto as investigações não são divulgadas, Carlos promete que não irá descansar até que a família consiga justiça. “Se for preciso, eu até largo meu serviço, faço qualquer coisa. Eu vou correr atrás e vou conseguir justiça, mesmo que eu busque até o último dia da minha vida.

Relembre o caso

Gabrielly Ximenes, de 10 anos, morreu no dia 6 de dezembro, uma semana depois de ser agredida por três alunas no horário de saída da escola estadual em que estudavam, na zona norte de Campo Grande. Segundo a família, as meninas teriam 14 e 10 anos.

O pai da vítima contou que a filha e as meninas estudavam no período vespertino. Na hora do intervalo de aulas no último dia 29, o trio teria se desentendido com Gabriela e ameaçado dizendo que a ‘pegariam’ na saída. Na saída escolar, as três abordaram e agrediram a menina, já fora do espaço da escola. Depois de apanhar, Gabriely reclamou de dormência nas pernas e chegou a ficar caída no chão até a chegada do resgate que a encaminhou para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que demorou cerca de uma hora e meia.

Após ser atendida na unidade de saúde, Gabriely ficou em observação e recebeu alta no dia seguinte. No entanto, dias depois, a garota passou a reclamar de dores na virilha. Ela foi levada novamente até uma UPA e lá, descobriram que ela tinha um coágulo. Gabriely chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu e morreu. Midiamax

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